Capítulo 6 - Planeje a Realidade, não a fantasia
Como eu disse antes, o simples fato de planejar é tão sedutor, tão atraente, que o planejamento se torna mais importante do que o plano efetivo. E o plano, por sua vez, se torna mais importante do que a realidade. Nunca se esqueça: o mapa não é o terreno. [p.50]
Para isso é necessário cuidado. Esse é um problema muito sério do planejamento. A frase “Jogo é jogo, treino é treino” é um fato aqui.
Eu não queria intimidá-lo, mas o fato era que, em um número cada vez maior de projetos, as pessoas copiavam e colavam e jogavam um texto-padrão, mas ninguém realmente lia aquelas milhares de páginas. Não dava; essa era a questão. Eles definiram um sistema que os forçava a endossar uma fantasia. [ibid]
Essa parte é extremamente interessante porque o processo endossa muita coisa. A burocracia faz com que se tenha que desviar mentalmente. Isso gera uma ilusão.
Desse modo, todos na equipe, e não apenas os responsáveis pelas questões de conformidade, tinham de trabalhar para atender primeiro àquele nível de qualidade, antes de seguir para o item seguinte. A quantidade de retrabalho que isso tira de um projeto é inacreditável. Chamo esse padrão do que precisa ser atendido de “Definição de Feito”. Todo mundo sabe quando algo está concluído ou não; existem padrões claros aos quais cada parte do trabalho deve atender. [p.51]
Isso é uma coisa importantíssima. Ah… mas eu fiz tudo o que foi pedido e deu errado! Então você não fez tudo o que foi pedido.
Atribuir valor ao que é mais importante. ⚠️
A questão do desperdício - tudo o que não agrega valor ao projeto.
O que depende de nós e o que não depende de nós? (eu particularmente prefiro essa abordagem de estimativa)
Um grande exemplo que os autores usam é a submissão de um artigo para publicação em um periódico. Digamos que o primeiro editor do periódico o rejeite. Então, o autor submete aquele mesmo artigo para a publicação em um segundo periódico. Esse segundo editor, ao saber da primeira rejeição, fica mais propenso a rejeitá-lo também. E, se houver um terceiro periódico, aquele editor, sabendo das duas rejeições anteriores, ficará ainda mais propenso a fazê-lo. As pessoas presumem que as outras pessoas fazem julgamentos legítimos, mesmo que tais julgamentos contradigam o seu próprio. Isso é ruim. Ao fazer um julgamento sobre quando é provável que você vai entregar um projeto de bilhões de dólares — ou se você vai conseguir fazer tudo para o seu casamento — é essencial que você use seu próprio julgamento, e use outras estimativas para melhorar a sua, não para substituí-la. [p.55]
Essa é uma questão interessante. O nome técnico disso é viés
No entanto, o efeito halo estende-se muito mais do que apenas a mera beleza física; pode aparecer em qualquer lugar. Os pesquisadores apontam, por exemplo, que ONGs costumam ser tratadas como forças para o bem, mesmo que não o sejam; que companhias automobilísticas vão criar um carro “halo” para causar uma boa impressão para toda a sua linha de carros; que o iPod da Apple conferiu a todos os produtos dessa empresa uma áurea de modernidade. [ibid]
Isso é uma coisa interessante. A questão da imagem é importante e funciona: pro bem e pro mal.
Histórias ao invés de tarefas - é importante contextualizar as coisas.
INVEST
I - Independente. A história precisa ser prática e passível de ser “feita” por si só. Ela não deve ser inerentemente dependente de outra história.
N - Negociável. Até que esteja sendo realizada, ela precisa poder ser reescrita. A permissão para alterações está embutida nela.
V - Valiosa. Ela realmente deve acrescentar valor ao cliente, usuário ou stakeholder.
E - Estimável. Você deve ser capaz de mensurá-la.
S - Small [pequena]. A história precisa ser pequena o suficiente para que você possa estimar e planejar facilmente. Se ela for grande demais, reescreva-a ou divida-a em histórias menores
T - Testável. A história precisa ter um teste no qual deve passar para ser completa. Escreva o teste antes de fazer a sua história.
Fim do Capítulo 6